Localizado em Nova Pádua/RS, nosso vinhedo está numa altitude de 750 metros, topo de monte com 4% a 6% de declividade e face norte-noroeste, protegido dos ventos frios provenientes do Sul por vegetação natural e, ao norte-noroeste, por um desnível de 500 metros até a calha do Rio das Antas. Situação que drena excesso de umidade e minimiza riscos de geadas, ao passo que nos proporciona entre 800 e 1000 horas de frio ao ano, ideais ao cultivo de viníferas Pinot Noir.
Nesta situação o período de repouso das nossas videiras é longo, cerca de 4 meses, do inicio de maio ao final de agosto, e uma consequência é a segurança na obtenção de gemas férteis, uvas com máxima expressão aromática, sanidade e senso de lugar.
Assim como o clima, de transição entre o temperado úmido e o sub-tropical (Cfa/Cfb de Köppen), nosso solo também é uma unidade em transição derivado de rochas vulcânicas, o menos fértil dentre os 13 derrames basálticos observados na região. Rico em argilas ferro-silicosas, abundam cristais de quartzo-ametista e basalto em decomposição. É média a saturação de bases, e a espessura não ultrapassa no geral 80 cm, numa sequencia A-A/C, sobre um substrato rochoso totalmente fendilhado, que nos proporciona uma drenagem perfeita.
Na agricultura optamos por unir a nossa formação em Engenharia Agronômica (UFRGS) a tradição em agricultura biodinâmica herdada do lado materno, de origem alemã. Desde o princípio, todos os procedimentos arquitetônicos e agronômicos, do processo de abertura e desenho dos blocos, correção do solo e subsolo em precisão, espaçamentos, densidade, condução, multiplicidade, obedeceram ao princípio de criação de um organismo autossuficiente, a propriedade Vinhedo Serena. Nos dedicamos exclusivamente a Pinot Noir por entender que é a casta com o potencial de expressar as condições únicas do nosso terreno.
Ao longo dos anos desenvolvemos técnicas, simples e de bom senso, de manejo e manutenção que privilegiam um desenvolvimento radicular extremamente estendido e profundo as nossas videiras, ao mesmo tempo restringindo todo e qualquer excesso de vigor vegetativo. O resultado são os frutos, que nos permitem traduzir no vinho a expressão do terreno e a nossa intenção de perpetuidade.